Entenda como funcionam os dois tipos básicos de métodos usados no Brasil e no mundo para o processo de alfabetização
MÉTODOS SINTÉTICOS
1 – ALFABÉTICO
Inicia-se com os nomes das letras do alfabeto para depois fazer as combinações silábicas e, então, montar as palavras. Depois, a criança lê sentenças curtas, até chegar a histórias completas. É também conhecido como soletração, pois ensina o aluno a soletrar as sílabas até reconhecer a palavra, por exemplo, “d”, “a”, “da”, “d”, “o”, “do”: dado. É assim que você provavelmente aprendeu a ler e a escrever.
QUANDO MEU FILHO VAI APRENDER A LER E A ESCREVER?
Geralmente, esse método utiliza cartilhas ou apostilas e recebe críticas devido à decoreba e à repetição dos exercícios, além de não aproveitar a bagagem anterior de cada criança.
2 – SILÁBICO
Aqui a criança aprende primeiro as famílias de sílabas para, depois, compreender as palavras. Assim como no alfabético, o aprendizado é feito de forma mecânica.
3 – FÔNICO
O método parte do som das letras, os fonemas. A criança aprende associando que aquele som que as palavras fazem quando ela fala são representados graficamente pelas letras. São ensinadas as vogais, depois as consoantes e, então, sílabas e palavras.
A crítica em relação a esse método, especialmente no Brasil, é a dificuldade que surge em nosso idioma por causa de palavras com som igual e grafia diferente, como cheque e xeque, seção e sessão. Por outro lado, como não usa a repetição exaustiva, permite atividades mais criativas e próximas do universo da criança.
MÉTODOS ANALÍTICOS
1 – PALAVRAÇÃO
O aprendizado, como diz o nome, começa pelas palavras. “Na escola do meu filho não tem quadro-negro, cartilha, essas coisas. Eles pegam palavras simples e vão reconhecendo os sons. Depois tem um material chamado alfabetário, que são letras de madeira com as quais começam a formular suas hipóteses de escrita, sem se preocupar se está certo ou errado. Vão brincando e, de forma natural, começam a perceber que ‘g’ e ‘a’ forma ‘ga’, por exemplo”, explica a fotógrafa Marcia Fernandes, mãe de Luiz Gael, 5 anos.
2 – SENTENCIAÇÃO
Nesse caso, o aprendizado se inicia por frases inteiras.
3 – GLOBAL
Também conhecido como método de historietas ou contos, apresenta primeiro estruturas de textos com começo, meio e fim.
+A SOMA DOS TRÊS
As abordagens pedagógicas geralmente misturam elementos desses métodos. A montessoriana, por exemplo, usa o recurso de partir das palavras para os fonemas e, depois, para as letras. As escolas Waldorf seguem algo mais parecido como método global. Nessas instituições, as crianças só passam a ter contato com o universo das letras aos 7 anos. Os professores contam histórias e recorrem às narrativas para estimular os alunos a perceber o somdas letras e, depois, a grafia. “Posso contar uma história que diz que, em Morretes (PR), tinha uma montanha na qual vivia um mago maravilhoso. Faço o desenho da montanha insinuando o ‘m’, assim, aos poucos a criança vai se apropriando dessa sensação da letra. Então, instigo a pensar qual o segredo dessa história e ela percebe que existem palavras que têmo mesmo som. É uma grande descoberta”, explica a pedagoga Deriana Miranda, professora do Jardim Limão Rosa, iniciativa Waldorf em Curitiba (PR).
A linha construtivista, uma das mais utilizadas hoje na alfabetização no Brasil, também segue osmétodos analíticos. O aluno deve ser levado a pensar sobre a escrita e, assim, construir e reelaborar o próprio conhecimento por tentativas de escrita de pequenos textos com significado. “O método permite que os próprios alunos construam seus conhecimentos de acordo com o desenvolvimento cognitivo. Pode ser utilizado de forma individual ou coletiva e acolhe o conhecimento que a criança traz para a escola, associando leitura e escrita”, diz Sibele Dal Col Guimarães, coordenadora psicopedagógica do Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR).