Instinto materno existe?

O instinto materno sempre foi um assunto polêmico. Muitos acreditam que ele é real e inato, enquanto outros argumentam que é um mito socialmente construído. Mas afinal, instinto materno, mito ou realidade? Será que todas as mulheres trazem geneticamente em seu organismo impulsos e reações que as fazem naturalmente habilitadas à maternidade?

Por muito tempo adotou-se a ideia que toda mulher tem vocação para ser mãe, mesmo aquelas que não demonstram precocemente essa aptidão ou que não manifestam a vontade de gerar um filho. “É questão de tempo até o instinto aflorar”, diz o senso comum.

A maternidade sempre foi uma tarefa atribuída às mulheres como algo quase obrigatório. Sem dúvida essa questão é muito mais discutível hoje em dia. Mas que a ideia da maternidade está associada a biografia das mulheres, isso é certeza.

A mulher que decide não gerar filhos ainda nos dias de hoje é interrogada sobre os motivos. Quem nunca ouviu comentários, como: ela optou por não ter filhos para dar prioridade a carreira ou que estranho ela não querer engravidar!

Ainda assim, apesar de hoje em dia inúmeras mulheres optarem por não ter filhos, será que essas estão sufocando o tal instinto ou que nasceram sem o instinto materno?

Instinto materno: o que diz a ciência

O instinto materno é um comportamento instintivo que se manifesta em diversas espécies animais, especialmente nos mamíferos, incluindo os seres humanos. Em outras palavras é um impulso natural que leva as mães a cuidar de seus filhotes, protegê-los e garantir sua sobrevivência. Esse comportamento da mulher é controlado por hormônios e pode desaparecer gradualmente com o tempo.

Nos seres humanos, o instinto materno se manifesta de maneiras diferentes, mas geralmente envolve um forte vínculo afetivo entre a mãe e o filho, além do desejo de proteger e cuidar.

Esse comportamento pode ser mais ou menos intenso em cada mãe, dependendo de seus genes, experiências de vida, ambiente e outros fatores. O instinto da mãe funciona como uma parte essencial da natureza humana e fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento saudável das crianças. Ele desperta a partir da gestação, biologicamente o corpo feminino se modifica, sobretudo o sistema endócrino que regula os hormônios e seriam eles os grandes responsáveis por todas as mudanças comportamentais.

E no caso daquelas mulheres que nunca quiseram ter filhos? Que não se veem como mães?

De um lado, há quem defenda que o instinto materno é algo natural, inato e biologicamente determinado, que se manifesta em todas as mulheres de maneira similar. Segundo essa visão, o cuidado materno é uma adaptação evolutiva que surgiu para garantir a sobrevivência da espécie.

Há mulheres que se revelam ao darem à luz, algo que antes era impensável para elas se transforma em um talento descoberto, em outras palavras uma vocação adormecida. Sem nenhuma orientação especial ou exemplos próximos a mãe parece saber exatamente o que fazer.

Por outro lado, há quem argumente que o instinto materno é construído socialmente, ou seja, é resultado da cultura, da educação, das experiências e das expectativas sociais sobre o papel feminino.

Essa visão sugere que, embora a maioria das mulheres sintam algum grau de instinto materno, esse comportamento é influenciado por fatores externos e pode ser aprendido, modificado ou até mesmo ausente.

Além disso, essas perspectivas têm evidências empíricas e teóricas que as sustentam, mas é importante lembrar que não existe uma resposta definitiva para essa questão. O instinto materno é um fenômeno complexo que envolve fatores biológicos, psicológicos, culturais e sociais, e sua compreensão requer uma abordagem multidisciplinar e profunda.

Construção de vínculos

Logo após o nascimento do bebê é comum que o tal instinto não floresça de imediato. Algumas mães relatam que quando tiveram o primeiro contato com o bebê não sentiram aquele amor arrebatador.

Por outro lado, outras mães até confessam que a sensação foi de medo e luto por ter deixado para trás sua vida anterior. Sentimentos normais e até mesmo esperados.

Os vínculos serão construídos aos poucos e com certeza, assumindo essas emoções tão controversas e dando espaço para a construção da relação mãe e filho, juntos criarão vínculos de amor em meio a tantas descobertas.   

E vc, qual sua opinião sobre o instinto materno?

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