Entendendo a Exterogestação

Você já ouviu falar nesse termo: exterogestação?

No mundo da maternidade a teoria da exterogestação é um conceito fascinante que nos ajuda a compreender o desenvolvimento do bebê fora do útero. De acordo com o antropólogo Ashley Montagu, a gestação humana não se limita aos tradicionais 9 meses, mas se estende por 12 meses, com o último trimestre acontecendo fora do útero. Este é um período crucial de transição em que o bebê se adapta ao ambiente externo. Neste artigo, exploraremos a importância desse último trimestre e as técnicas de conforto que podem auxiliar os pais nessa jornada.

A Exterogestação e o Desenvolvimento Humano

A gestação humana é única, sendo considerada uma das mais longas entre os mamíferos. Este período estendido de desenvolvimento neurogênico chamada exterogestação é vital para garantir que o cérebro do bebê não seja excessivamente grande para passar pelo canal vaginal durante o parto. No entanto, é essencial compreender que esses últimos três meses fora do útero são cruciais para o desenvolvimento pleno do organismo do bebê.

Compreendendo o Ambiente Externo

Quando o bebê nasce, ele se depara com um ambiente totalmente novo. Além disso, ele não tem mais acesso à alimentação fornecida livremente como no útero e essa transição pode ser confusa, dessa forma o choro torna-se a principal forma de comunicação do recém-nascido. Por isso, é fundamental que os pais estejam cientes desse processo de adaptação e saibam como auxiliar seus filhos.

Técnicas de Conforto e Reflexo Calmante

O renomado pediatra Harvey Karp, que apoia a teoria da exterogestação, propõe uma série de técnicas para criar um ambiente mais acolhedor e semelhante ao útero materno. Essas técnicas são conhecidas como “Reflexo Calmante” e incluem:

1. Embrulhar: Envolver o bebê para proporcionar uma sensação de segurança, semelhante à do útero.

2. Colocar de lado/ou de barriga para baixo (lateralizar): Posicionar o bebê de lado ou de barriga para baixo para que ele se sinta protegido.

3. Usar (ruído branco) : Criar um som contínuo e alto, semelhante ao que o bebê ouvia no útero. Hoje já existem acessórios específicos.

4. Balançar com movimento cíclico: balançar o bebê de maneira rítmica, imitando os movimentos que ele sentia dentro do útero.

5. Sucção: oferecer a oportunidade de sucção não nutritiva, que favorece o reflexo calmante e o bem-estar.

Contato Corporal e Estímulo Sensorial

Além das técnicas acima, ainda assim é essencial enfatizar a importância do contato corporal, especialmente nos primeiros meses após o nascimento. Contudo, o abraço e o colo dos pais são vitais para o desenvolvimento do bebê. O contato de pele estimula o sistema neurológico e imune do bebê, contribuindo para seu bem-estar emocional e psicológico.

Sono e alimentação

De acordo com Talita Neves, Consultora de Sono e Amamentação, é impossível construir um bom sono sem colocar em prática os cinco passos da teoria da exterogestação. “Os bebês naturalmente nascem com uma certa dificuldade para adormecer, entre outros motivos, devido a oscilação hormonal. Os pais precisam compreender que esses 3 primeiros meses são considerados a adaptação ao meio externo, e por isso vem com muitos desconfortos ao recém-nascido”, explica.  Dessa forma, para uma rotina eficiente de sono é necessário reproduzir as sensações do bebê no útero aliado a uma ingesta eficiente através da amamentação. 

Em resumo, a teoria da exterogestação nos lembra da importância de criar um ambiente acolhedor e confortável para os bebês, semelhante ao útero materno. As técnicas sugeridas por Harvey Karp e outras abordagens complementares podem ser valiosas nessa jornada. Além disso, o contato corporal e a estimulação sensorial são essenciais para o desenvolvimento saudável do bebê desde o nascimento. Lembre-se de que o amor e o carinho dos pais desempenham um papel fundamental no crescimento e no bem-estar do bebê.

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