Como conversar com as crianças sobre temas delicados

Seja para responder a uma pergunta da famosa fase dos “porquês” ou para explicar alguma situação quando a família passa por um momento difícil, buscar formas de falar com os pequenos sobre assuntos delicados é uma tarefa para a qual nem sempre estamos prontos. Por isso, separamos duas situações muito comuns que podem levar a conversas delicadas e reunimos algumas dicas para ajudar a conduzir essas conversas!

1- Respondendo às perguntas das crianças
A primeira infância é uma fase cheia de descobertas, e isso faz com que os pequenos criem suas próprias teorias. Então, é muito natural surgirem dúvidas! Perguntas clássicas deste período, como “Como nascem os bebês?“ e “O que acontece quando um bichinho morre?”, podem nos surpreender em algum momento.
Nestes casos, é interessante tentar entender aonde a criança pretende chegar com aquela pergunta. Então, devolver o questionamento é o primeiro passo a ser dado. Pergunte para a criança: “Por que você quer saber isso?”, ou “Como você acha que isso acontece?”. A partir do que a criança disser, o adulto poderá entender qual seria a melhor resposta.

2- Compartilhando uma situação delicada com as crianças
Lidar com desafios e tristezas faz parte da vida, e nem sempre conseguimos proteger os pequenos de frustrações. Doenças, separações, dificuldades financeiras, entre outros, são temas recorrentes, e compartilhar os acontecimentos com as crianças pode ajudá-las a compreender a própria realidade e se sentirem respeitadas e consideradas no meio familiar!

Neste caso, é preciso considerar:

– Como você se sente sobre a situação?
Quando há, por exemplo, luto pela perda de um ente querido, como avós, precisamos nos perguntar se estamos em condições de falar sobre o assunto, ou se seria melhor pedir apoio a alguém querido e de confiança.

– Linguagem a ser usada
Dividir o assunto em vários “pedaços “ e conversar com seu filho aos poucos dará tempo para ele refletir e também fazer perguntas. Para os menores, dizer que alguém que faleceu virou uma estrela, ou foi morar no céu pode ser reconfortante.

– Importância da fantasia para a saúde emocional das crianças
E não só delas! Sabe quando estamos nos sentindo sobrecarregados e antes de dormir nos pegamos pensando nas próximas férias? A fantasia nos ajuda a aliviar emoções desagradáveis, e, para os pequenos, este universo lúdico tem importância ainda maior. Então, podemos criar historinhas curtas, usando personagens com os quais a criança se identifique, e depois explicar que a família está passando por algo parecido. Também existem inúmeros livros que tratam sobre temas específicos, com linguagem simples e adequada para cada faixa etária.

– Depois de contar a notícia, ajude a criança a compreender como se sente e a cuidar desse sentimento
Busque fortalecer o diálogo de diversas formas neste momento, seja ouvindo o que a criança tem a dizer sobre o assunto, seja por meio de brincadeiras. Crianças com algum familiar adoecido, podem desejar brincar mais de médico, por exemplo, e aquelas que passam por bullying buscam brincar de escolinha. Brinque junto, observe os diálogos e não tenha medo de arriscar dizer como um personagem se sente e “atuar” na brincadeira auxiliando-o a se sentir melhor.

Lembre-se sempre: momentos difíceis, perdas, situações inesperadas, podem sim despertar emoções para as quais a criança não estava preparada. Mas, passar por essas dificuldades ao lado de adultos que as apoiem é uma experiência enriquecedora!

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