É muito comum as crianças terem medo de escuro, de bichos, de palhaços, bonecos, de injeções, de monstros, de ficarem sozinhas, entre tantas coisas. O medo faz parte da natureza humana. É um estado emocional que ativa os sinais de alerta do corpo diante dos perigos e uma importante etapa do amadurecimento afetivo de bebês. A tarefa dos pais é ajudar a criança a lidar com essas emoções.
Na infância o medo é uma emoção natural. Ele pode surgir através de uma situação de perigo real ou imaginária. Por se tratar da infância, nesse período a imaginação e a fantasia das crianças costumam ser terrenos férteis.
Porém, quando se trata de crianças, elas nem sempre sabem lidar com esse sentimento, mesmo sendo uma emoção natural. Mas qual o limite entre o medo normal e o exagerado? O que fazer quando o pequeno começa a sofrer?
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Especialistas dizem que sentir a falta de medo expõe a criança ao perigo, mas o excesso dele faz com que a criança desenvolva um bloqueio, por isso, é fundamental identificar o medo e observar se ele está impedindo seu filho de fazer algo.
Sintomas
O medo excessivo causa reações fisiológicas e comportamentais na criança. Coração palpitante, calafrios, suor nos pés e nas mãos, sono intranquilo, descontrole para fazer xixi, diarreia e dor de barriga são alguns indícios do problema.
As reações comportamentais – inibição e agressividade – por sua vez prejudicam a rotina da criança e podem se agravar e virar fobias, caracterizadas por reações exageradas que fogem ao controle da criança.
Como lidar com o medo infantil
Dê atenção, questione e estimule a criança a enfrentar o medo irreal (ou inimigo): ela encontrará sozinha uma solução para suas fantasias. Não gaste tempo demais falando sobre o assunto para evitar que a criança fique ainda mais ansiosa. Mude de assunto e faça com que ela se distraia.
Brinque com seu filho e entre na fantasia dele (a do bicho-papão, por exemplo): experiências lúdicas ajudam os pequenos a lidar com seus anseios. Avalie a intensidade do medo e se atente para o limite da normalidade.
Ofereça objetos para a criança se sentir mais segura, principalmente na hora de dormir sozinha. São os chamados objetos transicionais, que reduzem a ansiedade da criança durante a passagem para o sono. Pode ser o famoso ursinho, o naná, a boneca e até a mantinha. O importante é que ela tenha algo familiar à mão para enfrentar os temores na hora de dormir. Jamais use o medo da criança como meio de poder: além de cruéis, ameaças de deixar o filho sozinho ou no escuro reforçam o medo inimigo.
Quais são os medos mais comuns na infância?
• 0 aos 6 meses: medos relacionados a ruídos fortes ou perda de apoio/segurança.
• 7 aos 12 meses: medo de altura e medo de pessoas estranhas.
• 1 ano: medo de se afastar dos pais.
• 2 aos 3 anos: medo de barulhos muito altos como trovões, trens, médico, objetos grandes e criaturas imaginárias e pessoas fantasiadas.
• 4 aos 5 anos: medo de máscaras ou rosto coberto, escuro, monstros, insetos, ficar sozinho, de se machucar, trovão, ladrão e de se perder dos pais.
• 6 aos 7 anos: medo de bruxas, fantasmas, tempestades, dormir sozinho, que algo terrível aconteça com os pais.
• 8 aos 10 anos: medos relacionados à aceitação social e performance. Medo de ser rejeitado, ir mal em uma prova, medo de reprovação de ano.
• 11 anos e acima: medo do futuro e das relações pessoais.
Por fim, é preciso estar atento às emoções e sentimentos das crianças. Caso observe que a criança apresenta medo em excesso e que a situação não se resolve, é o momento de procurar orientação, pois muitos sentimentos podem se referir a alguma situação traumática, envolvendo picos de pânico e ansiedade, causando angústia e sofrimento.